O evangelho de Jesus Cristo é todo psicanálitico.
"Examine-se pois o homem a si mesmo"
"Limpai priemeiro o interior do copo"
"As bocas falam do que vai cheio o coração"
"O que confessa e deixa alcança misericórdia"
"Sobre tudo, o que deves guardar, guarda o teu coração"
Poderíamos citar aqui centenas de passagens bíblicas que convidam o homem à busca da melhora do seu interior.
Quem prega apenas mudança de carro, casa, casamento e emprego é o falso profeta capitalista !
Mergulhar dentro de cada um de nós!
Tirar toda tranqueira que trava nosso desenvolvimento enquanto seres feitos à imagem e semelhança de Deus!
Vencer os traumas!
Livrar-se dos vícios!
Restuarar casamento !
Perdoar quem nos tem ofendido !
Sim perdoar !
De nada adiantaria encontar a origem dos conflitos inconscientes, das mágoas, das mazelas, dos traumas,
se não for para perdoar, vencer, transcender !
A psicanálise é um instrumento para exercer a plenitude do Evangelho do Cristo !
Esta é minha proposta
Tercival Campestre Barbosa - Psicanalista - CBPRESP - 00428P
Conselho Brasileiro de Psicanálise Regional do Estado de São Paulo
Este site contém centenas de textos de minha autoria, para que você possa conhecer o meu trabalho.
Abaixo as diversas opiniões sobre DIVÃ VIRTUAL:
DEU NO JORNAL DA TARDE (Out/98)
“Divã virtual, a novidade no atendimento psicológico”
Você se sente deprimido, angustiado , fóbico ou em pânico?
Entre na Internet e consulte um analista. Esta é a nova moda no aconselhamento psicológico.
Por Erika Corrêa e Maria Elisa Arruk, especial para o JT (resumido com adaptações).
Divã virtual e ajuda online no Brasil.
Na onda das novas técnicas estão a orientação, o aconselhamento psicológico e a psicoterapia individual e de grupo on-line, onde o consultório (divã) é substituído pela rede da Internet. Segundo a Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet -Abranet, até dezembro de 2002 seremos cerca de 20 milhões de pessoas conectadas à rede no Brasil. Psicanalistas e psicólogos tentam adequar-se a este espaço virtual.
As formas mais comuns de atendimento on-line são por meio de correio eletrônico (e-mail) e salas de bate papo (chats). No e-mail, a pessoa manda uma mensagem ao psicólogo contando os seus problemas e espera pela resposta. Cada mensagem custa em média 12,00 reais. Um conjunto de Dez Emails, que equivalem a 10 sessões , pode custar 120,00 reais.
Nas salas de bate papo, o paciente e o profissional conversam em tempo real reservadamente em uma sala de chat. Nesse caso, o preço médio é entre de 2,00 e 5 reais por minuto. Além do depósito em conta corrente bancária, o pagamento pode ser feito sem sair de casa: por meio do cartão de crédito.
Nos atendimentos convencionais, o trânsito, problemas no carro, a violência urbana e inconvenientes como a chuva ou o calor, são pretextos para o paciente não ir à sessão. Pelo computador, ele não tem tantos obstáculos e as resistências são expressas no consultório virtual, melhorando o processo psicoterápico. Na década de 30, psicoterapeutas e pacientes atravessavam quilômetros de distância para ter uma breve conversa com o ilustre Sigmund Freud.
No entanto, a ausência de contato direto (cara a cara) é vista por grande parte dos pisicólocos como uma anti-análise. "A psicoterapia está na contramão dessa desumanização. É um trabalho artesanal fundamentado na relação entre duas pessoas. A tela causa uma assepsia da relação", diz Carmen Mion psicanalista da Associação Brasileira de Psicanálise (ABP). Os críticos dizem que as reações físicas e sonoras, percebidas durante o processo psicanalítico tradicional, é apontada como problemas do serviço on-line. No entanto, a evolução da tecnologia está permitindo ultrapassar essa barreira. O choro, o riso, as alterações da voz podem ser captados por pequenas câmaras de vídeo e fones acoplados ao computador.
A escrita também está carregada de símbolos, chistes, lapsos, importantes ao processo psicanalítico. "O comportamento, as atitudes, sentimentos podem ser decodificados via rede de computadores", diz o psicólogo Marcelo Salgado, especializado em psicologia social e psico-informática, que também atende virtualmente. O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo não aprova a psicoterapia on-line. "Ainda estamos estudando a eficácia desse método, e não atestamos sua qualidade", diz Rachel Alvim, presidente da Comissão de Ética do Conselho. Se ocorrer denúncia de pacientes que se sintam lesados por esse serviço, o Conselho apura e levanta um processo ético administrativo. As punições são multas e suspensão da atividade profissional por até quatro anos. As orientações e aconselhamentos pela Internet são permitidos. A proibição é para a psicoterapia virtual. Segundo Rachel, esse serviço estimula o paciente a fantasiar sua identidade.
"Tanto o analista como o paciente podem enganar ou induzir o outro com facilidade na tela", comenta. Há também reservas à falta de sigilo nas conversas e à cobrança por esses serviços. "Ainda estamos estudando esse processo cientificamente, por isso orientamos que quem atende pela Internet não deve cobrar", afirma Rachel.
Para Salgado, se o serviço não for pago a margem de erro aumenta. "O cliente poderá brincar com o atendimento", diz. Ele também acredita que o serviço on-line é um forma de popularizar a psicoterapia. "Os métodos tradicionais são caros e elitistas, só atendem a poucas pessoas", fala.
De qualquer forma, para utilizar a psicoterapia on-line é preciso mexer nos bolsos. Fora o preço da consulta, o interessado necessita ter ou comprar um computador e pagar pelo acesso à Internet. Se quiser acoplar uma vídeo câmera, os gastos aumentam. E é bom estar atento ao congestionamento e à lentidão no acesso à rede. Pode ocorrer, por exemplo, a queda da linha durante uma sessão.
Desde a década de 60, muito antes da psicologia pensar em invadir o mundo virtual e surgir um plantão psicológico particular, o telefone vem servindo como um meio de socorro às pessoas que passam por um momento de sofrimento. Quem nunca ouviu falar no CVV – Centro de Valorização da Vida?
"QUE TAL UMA SESSÃO ON LINE?"
Por DAGOMIR MARQUEZI (texto extraído da Revista Info Exame nº157 Abril/99)©
Boa parte de nossa psique vagueia no cyberspace. Será que os terapeutas já se deram conta disso? NÃO CONSIGO CONVENCER minha terapeuta de que existe uma conspiração real contra minha pessoa, conspiração esta tão vasta que envolve a própria terapeuta sem que ela saiba. Mas consegui provar para ela que quem não tem um computador ligado à Internet virou uma ilha. Ela resistiu um tempo, mas depois descobriu que não há paciente ou colega que já não estejam navegando e meio obcecados por simuladores e downloads. Exemplos não faltam. Uma paciente dela, figura inteligente e bonita, bem informada, cheia de vida, arranjou um pretendente num chat e agora ele quer encontrá-la ao vivo. Ela adoraria, mas há um detalhe nessa love story: a mocinha declarou ao interessado que está "um pouco acima do peso". Na verdade, passou dos 120 quilos. E agora? Ninguém previu uma situação dessas. Hoje em dia boa parte de nossa psique vagueia nessa teia sem fim do cyberspace. O mundo mudou, nós mudamos, e nossos terapeutas precisam se preparar para esse novo mundo. Afinal, computadores e psicoterapias parecem ter sido feitos um para o outro. A revista Veja publicou (em 17 de março) uma reportagem sobre os "psicólogos online". Como sempre, os cooperativistas e conservadores reagiram com uma mistura conhecida: medo e inveja. Se agarram aos dogmas de Sigmund Freud, que não pode se defender, pois não tinha um Notebook no consultório e sua Viena dos anos 20 ainda não estava ligada à Internet. Como supor de que forma ele reagiria a algo que não conheceu? Na história dos computadores existiu inclusive uma doutora chamada "Eliza". Isso no final dos anos 60! Na verdade tratava-se de um "simulador de psicólogo", num programa desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology pelo professor Joseph Weizenbaum. Eliza basicamente pedia ao "paciente" que falasse o que viesse à cabeça e devolvia algumas palavras citadas para que o "humano" refletisse a respeito. Aparentemente, Eliza seguia as regras do freudianismo ortodoxo. Se o usuário digitasse a palavra "pai", Eliza devolveria uma "fale-me mais sobre seu pai". Foi considerado um programa que provava na prática o quanto é fácil uma máquina fingir que é inteligente. De 1966 para cá, tudo mudou. Novos e fascinantes caminhos podem ser tentados com mais imaginação e menos preconceito. Qualquer profissional de qualquer área não tem outro caminho a não ser ver o computador como um instrumento, e não como um possível rival. Quanto antes se tocar disso, melhor. O que não pode acontecer é que todo o tratamento se processe exclusivamente online. O equilíbrio é uma simples questão de bom senso. Um exemplo? Alguns institutos de saúde de primeira linha (especialmente nos Estados Unidos) aceitam pacientes vindo, teoricamente, de qualquer parte do mundo. O paciente é operado e logo está de volta para a Austrália, por exemplo, com sensores que controlam seus sinais vitais e os transmitem via linha telefônica para os monitores no hospital em Houston, Zurique ou Toronto.
"Conselho rejeita prática de terapia on line"
Thaigo Stivaletti - Jornal Folha de São Paulo - 02/05/1999©
O CFP (conselho federal de psicologia) deve emitir nos próximos meses resolução em que não reconhece os atendimentos psicológicos feitos pela Internet como prática profissional de seus associados. Segundo Ana Maria Mercês Bock, presidente do CFP, não há estudos concretos sobre a eficácia da psicoterapia on line. "O cliente deve estar ciente de que está realizando um trabalho experimental, e que portanto não deve ser cobrado." Bock afirma que os psicólogos que oferecem o serviço estão sendo orientados pelo conselho. "Se eles insistirem na cobrança, pode-se abrir um processo ao CFP para cassar seus registros". A Presidente do Conselho diz que existem aspectos negativos da psicoterapia on line que devem ser estudados, como o risco da quebra de sigilo, a questão da escrita como meio para o paciente expressar suas emoções e as interrupções na conexão à Rede. Os psicólogos que trabalham com o serviço destacam as novas premissas do tratamento dado aos pacientes virtuais.
Marcelo Salgado, psicólogo de Fortaleza, oferece em seu site, psicoterapia por e-mail (R$ 12,00 por resposta), dinâmica de grupo em sala de bate-papo (R$ 2,00 por minuto) e videoconferência (R$ 2,50 por minuto). Segundo ele, seu trabalho tem base nos modelos quântico e telemático, que prevê o novo modelo de homem digital e a técnica de atendimento pelo texto. "Há 30 anos são feitos estudos no EUA. Aqui o CFP nem abriu uma comissão para analisar as técnicas." Salgado enumera as vantagens do atendimento pela Internet. "Podemos atender pessoas de áreas onde não existem psicólogos. O cliente não chega atrasado e se sente mais confortável para abordar assuntos delicados." Fátima Ferreira, psicóloga carioca que trabalha no atendimento on line desde 96 e hoje conta com uma equipe de quatro pessoas, prepara uma pesquisa para entregar até julho no CFP. Ela cobra R$ 55 por uma sessão de 50 minutos na sala de bate-papo de seu site. "Nosso trabalho é de aconselhamento. Sempre que necessário, encaminhamos os pacientes para o consultório, diz. Márcia Homem de Mello, psicóloga de Recife, que anuncia em sua página sessões por e-mail e ICQ ( bate-papo fechado), cancelou seu registro no Conselho Regional de Recife. "Fui acusada de exercício ilegal da minha profissão, mas não tive nenhuma chance de explicar meu trabalho", diz. O psicólogo Mário Bruço, que não trabalha na Internet, enfatiza a necessidade de controle sobre os psicólogos on line.
Casos Têm Resultado Positivo
Dois experimentos clínicos mostram que o tratamento psicológico mediado por computador pode tornar-se uma ferramenta para psicólogos e psiquiatras. Em Glasgow (Escócia), uma clínica tratou de 26 pacientes que apresentavam ansiedade excessiva e disturbios emocionais com um CD-ROM desenvolvido por seus psiquiatras. O programa, conhecido como STRESSPAC, ensina sobre ansiedade e problemas associados a ela, como pânico, fobias e insônia. Por meio de questões, o paciente formula seu próprio tratamento. Depois de seis meses, todos os pacientes apresentavam melhora, e a recuperação de 50% deles foi considerada "significativa". Mais de 75 % afirmaram que recomendariam o atendimento por computador para outras pessoas. No Hospital das Clínicas de São Paulo, uma experiência conduzida há um ano pelo psiquiatra Luiz Armando Araújo consiste no tratamento de dez pacientes com um programa desenvolvido pelo próprio psiquiatra e disponível na Internet, cujo o método é semelhante ao da clínica escocesa. Araújo diz que, embora a experiência só seja concluída no final do ano, os pacientes estão apresentando resultados semelhantes: 65% a 80% de melhora. O próximo passo é verificar os resultados de um abandono do tratamento nos dois casos.
Técnicas da terapia on-line causam polêmica
Pelo chat, o profissional não consegue ouvir o paciente, o que pode prejudicar a consulta
Por: "ANGELA TRABBOLD Especial para o Estado 27/11/2000
O cidadão que usa a Internet para fazer desde transações bancárias até sexuais, pode confiar nela para uma terapia mental? Até agora, há um certo consenso de que não se pode resolver todos os conflitos num bate-papo eletrônico. "O paciente pode até se sentir mais à vontade para falar sobre suas inseguranças e pecados longe dos olhos do terapeuta, mas na hora de uma crise falta um respaldo mais consistente que só a terapia convencional pode dar", afirma a psicóloga e escritora paulista Luiza Cristina Ricotta. Por prevenção, os terapeutas virtuais não atendem pacientes em crise, com depressão grave ou com tendência ao suicídio. Os críticos acreditam que o atendimento on-line só é válido no caso de orientação ou de suporte a grupos, como um fórum de discussão que permita a troca de experiência entre pessoas com o mesmo tipo de problema. Fora disso, o profissional estaria enganando seus clientes porque jamais poderia estabelecer um verdadeiro vínculo terapêutico. Polêmica - A questão central, que divide os terapeutas, refere-se à aplicação das técnicas terapêuticas em um meio completamente diferente do ambiente do consultório. "Na comunicação virtual, feita por chat ou e-mail, o terapeuta não pode ver nem ouvir o paciente, o que compromete a interpretação dos signos e, conseqüentemente, torna a técnica tradicional inadequada", diz o psicólogo e conselheiro no Conselho Federal de Psicologia, Marcos Vinícius de Oliveira e Silva. A psicóloga Luiza Cristina Ricotta tem a mesma opinião. "O texto, quando visto isoladamente, pode levar a interpretações distorcidas. Ao escrever, o paciente pode mostrar segurança, mas no íntimo está apavorado." Os adeptos da terapia on-line acham que todas essas limitações podem ser contornadas. Basta que o terapeuta esteja sintonizado com a linguagem da comunicação virtual. "É muito comum um paciente ter um ato falho, digitando palavras com grafia errada", explica a psicóloga Márcia Homem de Mello, de Recife, que preside a Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde Mental On-line e atende via Internet desde 1996. Márcia acredita, com base na experiência empírica, que é possível adequar a técnica tradicional ao meio virtual. "O psicodrama virtual é tão intenso quanto o real; os pacientes interpretam os papéis contando sua história por escrito", diz. Quanto à possibilidade do texto ter seu significado deturpado, ela lembra que esse risco não é exclusivo do atendimento virtual. "Além disso, a Internet oferece outros meios para o paciente transmitir seus sentimentos,como os recursos do chat, que permitem usar desenhos com expressões de tristeza, alegria ou raiva." Márcia acredita que os progressos nessa área são reais, "tanto que alguns dos meus pacientes já estão em processo de alta", conta.
A psicanalista carioca Lazir de Carvalho dos Santos, outra adepta do atendimento on-line, vai além e afirma que a análise virtual dá mais resultados do que a convencional. Ela fez um estudo com 12 pacientes virtuais e chegou à conclusão que 70% tiveram melhora. Na sua avaliação, eles foram mais abertos e faltaram menos às sessões do que os pacientes atendidos em consultório. "Constatei que é possível detectar atos falhos, transferência e outros mecanismos inconscientes pela comunicação virtual." Por causa disso, Lazir agora leciona psicanálise virtual na Universidade de Brasília. Freudiana de carteirinha, Lazir acha que se as expressões do rosto fossem tão imprescindíveis, os analistas não colocariam os pacientes deitados no divã.(...)
(Continuação materia)Terapia on-line cresce apesar de dúvidas
Prática está liberada apenas em caráter experimental e os resultados são polêmicos
As mudanças de comportamento provocadas pela Internet já chegaram ao divã. Depois do e-business, namoro e sexo virtual, a novidade que está se espalhando pela rede é a terapia on-line. Na Europa e nos Estados Unidos, milhares de pessoas estão trocando a psicoterapia convencional por uma sessão feita por chat, e-mail ou videoconferência.
Nos EUA o atendimento on-line é uma prática comum há cinco anos e já existem cerca de 200 sites que oferecem acesso ao serviço de centenas de psicólogos e analistas. Eles são precursores em um tipo de atendimento que causa polêmica pelo fato de haver poucos estudos que comprovem sua eficácia. Mesmo assim, os terapeutas norte-americanos contam com um respaldo ético e legal das associações de classe, como a American Psychological Association.
"O Preço da terapia on-line"
Por: Márcia Cezimbra - Jornal O Globo - em parceria com outros jornais, publicou também a matéria no Jornal do Comércio de Recife e no Jornal de Manaus © - 16/04/00
Você está desamparado? Quer um colo de mãe que o ajude a juntar os pedaços do eu interior? Basta fazer um depósito de R$ 20 a R$ 80 na conta bancária de um psicoterapeuta on-line para obter uma sessão num chat, o divã da Internet, tão virtual quanto as fantasias de felicidade plena. A existência de dezenas de sites de psicólogos, psicanalistas, terapeutas familiares e de grupo oferecendo atendimento on-line para desamparados, deprimidos, angustiados, histéricos ou obsessivos revoltou os profissionais off-line e instituições oficiais. O Conselho Federal de Psicologia, por exemplo, elaborou este mês uma resolução proibindo a cobrança de honorários on-line, cujo atendimento só pode ser feito a título de pesquisa. O presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio, Carlos Absalão de Souza, advertiu que os associados que insistirem na cobrança de honorários poderão sofrer punições de advertência à perda do registro.
“A polêmica das consultas :
OS PRÓS”
ACESSO FÁCIL: Dias chuvosos, falta de tempo, consultório longe de casa e do trabalho, cidade pequena nas quais ir a um psicólogo significa sofrer dos mais misteriosos desequilíbrios tornam mais difícil a conquista dos benefícios da terapia. O acesso fácil é uma das primeiras vantagens do atendimento on-line.
RESIDENTES NO EXTERIOR: Os que moram fora do Brasil e falam mal outra língua para expressar suas emoções são beneficiados pelo atendimento via Internet, segundo os terapeutas on-line. A possibilidade de desabafar no mesmo idioma pode aliviar muitas aflições.
DEFICIENTES FÍSICOS: Os que não podem se locomover temporária ou definitivamente e os surdos-mudos têm no atendimento on-line, segundo os psicoterapeutas, uma possibilidade de melhora que não é acessível através de terapias convencionais.
TÍMIDOS E RETRAÍDOS: Estes são a maioria dos clientes on-line. Gente que não consegue olhar nos olhos de alguém, admitir seu próprio sofrimento e pedir ajuda a outro ser humano procura o anonimato da Internet para se defender de suas próprias inibições. Segundo os psicanalistas, a terapia on-line traz benefícios a estes pacientes.
OS CONTRAS
CONTATO INVISÍVEL: Para Marlene Dias da Silva, não se pode confiar em alguém que não se pode ver, reagir, sentir, discutir, se expressar, atingir.
RISCO DE CHARLATÕES: O paciente on-line fica vulnerável aos maus profissionais que oferecem seu endereço eletrônico para abusar e lucrar com a fragilidade alheia.
AVALIAÇÃO CORPORAL: A avaliação da postura corporal do paciente é fundamental para o bom resultado terapêutico. Esta recomendação feita por Freud foi comprovada por terapeutas que percebem a intensidade do que o paciente está sentindo, através, por exemplo, da observação de sua respiração e dos movimentos de seu diafragma.
PACIENTES GRAVES: Até mesmo terapeutas on-line admitem que pacientes graves como depressivos, maníacos, suicidas, paranóicos, entre outras formas de psicose são indicados só para tratamentos off-line.
IMPOSSIBILIDADE DE MUDAR: Para psicanalistas como Daniela Carvalho, a terapia on-line pode trazer benefícios, mas a mudança interna implica, segundo ela, num trabalho profundo, no qual é imprescindível a presença física, emocional e espiritual do terapeuta.
Deu no Correio Brasiliense :
Relacionamentos eletrônicos
Cresce a discussão em torno das vantagens e desvantages do atendimento pela Web
O fato de as pessoas de fato se relacionarem por Internet (sexualmente inclusive) certamente está causando trepidações nos alicerces da psicanálise. Não se pode tratar uma pessoa adepta do mundo virtual da mesma forma que Freud, Yung, Lacan, ou qualquer outro papa do assunto, tratavam seus pacientes. Novas formulações teóricas (e novos Freuds, agora internautas) se fazem necessários.
‘‘Não adianta dizer se é certo ou errado. O Conselho Federal de Psicologia e os psicanalistas mais conservadores vão ter que encarar a realidade’’, afirma Anna Catharina de Penasse, psicóloga carioca e mentora, junto Manuela Moreiradesouza, da página Psiconline, há apenas duas semanas na Rede.
Na Psiconline o método de atendimento é via correspondência. A pessoa escreve um e-mail (do tamanho que desejar) e o terapeuta envia outro de volta respondendo àquelas questões. Cada troca de cartas eletrônicas sai por R$ 10,00. ‘‘Não quero ficar rica com isso. Encaro como um desafio. Uma experiência que possa ajudar as pessoas no futuro.’’, diz Anna Catharina.
Marcus Vinícius de Oliveira, conselheiro do Conselho Federal de Psicologia (CFP), não é, de forma alguma, avesso às novas tecnologias. Mas faz restrições. ‘‘Não deveria ser um serviço cobrado, mas apenas com o intuito de pesquisa. Deve se ter muito cuidado com a comercialização, jogadas de marketing. Pessoas que vendem novidades pode ser charlatãs’’, diz ele. ‘‘É complicado você cobrar por um produto que não tem efetividade comprovada cientificamente’’, acrescenta ele.
Marcelo Salgado, psicólogo formado e pós-graduado pela Universidade de Brasília, é pioneiro em atendimento mediado por tecnologia no Brasil. Desde 1996 mantém seu divã virtual, onde atende pacientes por e-mail ou em chats, fica a critério do freguês. ‘‘O serviço deve ser cobrado, caso contrário a pessoa não leva a sério e pode até mesmo querer brincar’’, diz ele, que cobra R$ 12,00 por consulta virtual. A cobrança, como em todas as páginas, é sempre por depósito bancário antecipado.
A terapia via Internet se utiliza de textos, ao contrário da convencional. ‘‘Como no jogo do bicho, o que vale é o que está escrito’’, resume Salgado. Os que são contra dizem que palavras escritas não traduzem a mesma emoção que as faladas. ‘‘Qualquer poeta ou escritor derruba essa tese’’, afirma Elza Rocha Pinto, professora da UFRJ. ‘‘Mas para fazer o atendimento o psicólogo deve ter uma formação consistente em interpretação de textos’’, acrescenta a psicóloga.
Anna Catharina, do Psiconline, acrescenta que a linguagem na Internet já está evoluída no que se refere a traduzir emoções. ‘‘Os emoticons (símbolos que indicam sorrisos, cara triste, apreensão, etc) vão ajudar muito no atendimento via e-mail’’. Para todos os defensores da prática o computador possibilita que as pessoas revelem com maior fidelidade sua intimidade. ‘‘O paciente diz com maior facilidade que é gay, sadomasoquista ou que quer transar com o chefe’’, explica Anna Catharina.
Pode acontecer o contrário. Como nos chats de conversação, as pessoas podem fantasiar à vontade. ‘‘No meio tecnológico o indivíduo tem total controle sobre o que expor de sua personalidade’’, diz Marcus Oliveira do CFP. No consultório seria mais difícil, pois o paciente pode dizer que está contente, mas suas feições denunciariam justamente o contrário. Por outro lado, este argumento acaba justificando a cobrança. Quem é que vai ficar pagando para dizer mentiras ao terapeuta e, desta forma, não resolver questão alguma? Apesar de parecer contra-senso, isso é natural do ser humano e bem provável que aconteça, até de forma inconsciente.
O maior ponto a favor da terapia online é diz respeito à democratização do acesso. O preço é sensivelmente mais barato, a vergonha (causa de muita gente nunca ter procurado um psicólogo) é atenuada substancialmente. E, o melhor de tudo, a distâncias são reduzidas drasticamente. ‘‘A Internet possibilita que idosos, portadores de deficiência física e até mesmo o sujeito que trabalha em uma plataforma de petróleo, no meio do mar, sofrendo com estresse ou depressão, façam uma terapia’’, conclui Anna Catharina. (João Luiz Marcondes)
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