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sexta-feira, 4 de maio de 2012
Autismo e Psicanálise
     Por Tercival Camepstre Barbosa - Psicanalista
 

Eu, Tercival, tenho ouvido e lido críticas à psicanálise no sentido de que é retrograda e arcaica, recusando métodos sistemas, descobertas científicas inegáveis que comprovadamente beneficiam a humanidade em diversos aspectos

Declaro que qualquer psicanalista que se comporte assim não entendeu absolutamente nada da proposta de Freud. A marca registrada de Freud na história foi a inovação e a coragem de propor novos paradigmas inexistents em sua época..

Quem não está disposto,por tanto a abraçar o novo, não entendeu nada do velho Sigmund Freud. Comparo sempre esta atitude dos psicanalistas a dos escoteiros que ao invés de seguir os principios de Baden, o fundaor do escotismo, no sentido de criar situações inéditas de ensino e divulgação de valores, morais, sociais, de família, saúde, contato com a natureza, pararam no tempo e ficaram ensinando nós de marinheiro em cidades que não tem vida marítima ou lacustre.

Sou psicanalista e a favor do tratamento medicamentoso prescrito pelos psiquiatras. A favor de toda pesquisa que identifique motivos neurológicos e genéticos para patologias. Isto não invalida em nada o trabalho do psicanalista que de forma multiprofissional trabalhará com as razões dos sentimentos e do inconsciente.



Creio que ser psicanalista é estudar assiduamente tudo que se refere à mente humana e eleborar métodos para contribuir para a melhora da saúde mental das pessoas, agindo no âmbito não medicamentoso que me compete, contudo, respeitando, indicando outros especialistas.

No caso do autismo, creio que minha contribuição para com o paciente, visto seu o desinteresse pelo mundo a sua volta, a dificuldade de comunicação... Meu trabalho é estimular ao máximo este contato através de exercícos didático-pedagógicos-psicanalíticos. Não coloco o autista ou mesmo o hiperativo no divã, e sim no chão com muito espaço e materias como o PECS, Não fico preso no consultório e sim marco consultas no parque de diversões. Não abandono o valor do lúdico, do audio visual, da informática!


O objetivo final é dentro dos limites da criança quer sejam de origem neurológica ou psicológica, desenvolver o máximo de suas potencialisdades, visando a melhora de seu convívio social .

A grande descoberta da psicanálise é o mundo inconsciente, ficar parado no tempo nunca foi proposta de Freud.

Abaixo segue a íntegra do Tema : Revelando o Autismo, encontrado em : http://boasaude.uol.com.br
:


"O que é

Segundo a American Society for Autism, ASA, o autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento e se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), CID-10 (10a. Classificação Internacional de Doenças), de 1991, o autismo é caracterizado pelo funcionamento anormal em três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo.

O autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de Down e epilepsia. O autista tem uma expectativa de vida normal. Formas mais graves podem apresentar comportamento destrutivo, autoagressão e comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes às mudanças.

Para a psicanálise, no entanto, o autismo precisa ser diagnosticado diferentemente em relação a outras desordens que também causam os mesmos sintomas. Na visão da Psicanalista Silvana Rabello, afastadas as causas orgânicas que vão definir a criança como lesionada e não como autista, resta dizer que o autista é aquele em que não existe comunicação com o mundo exterior. “O autista tem o movimento de relação com os outros truncado, por isso comporta-se de forma auto-centrada”, explica.

Para Silvana, que é Coordenadora do Serviço “Espaço-Palavra” da Clínica Psicológica da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, a criança autista não conhece o poder da troca e fica presa aos comportamentos instintivos.

“Alguma coisa muito sutil aconteceu na relação do bebê com a sua mãe nos seus primeiros meses de vida que desencadeou este comportamento isolacionista”, complementa, explicando que nestes primeiros anos de vida a mãe chama o bebê com a voz, o olhar, dando-lhe os estímulos necessários para que queira comunicar-se com o mundo e seja recompensado pela experiência de comunicar-se, de forma mais prazerosa do que a permanência no seu mundo individual.

“Não que haja algo de errado com estas mães – alguma coisa muito discreta, no seu vínculo com o bebê, ficou deficitária”. Segundo Silvana, quando detectado cedo, o autismo tem cura. “Um bebê diagnosticado como autista nos seus primeiros três meses de vida pode tornar-se um adulto absolutamente normal”.

Causas

Para a linha mais médica, o autismo tem causas como:

- Fenilcetonúria não tratada;
- Viroses durante a gestação, principalmente durante os três primeiros meses;
- Toxoplasmose;
- Rubéola;
- Anoxia e traumatismos no parto;
- Patrimônio genético, etc.

Para a psicanálise, como já foi dito, as desordens causadas por este tipo de problema são outras e não o autismo. O autismo, para a psicologia, é proveniente de um problema no aprendizado da comunicação da criança com o mundo.

Incidência

O autismo aparece em cerca de vinte entre cada dez mil nascimentos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Até hoje não se conseguiu provar nenhuma causa psicológica, no meio ambiente destas crianças, que possa causar a doença. Para termos um dado brasileiro, podemos citar que a Casa da Esperança, no Ceará, calcula a existência de 6 a 10 mil autistas naquele estado.

Sintomas e Manifestações

Do ponto de vista médico, os sintomas do autismo mudam ao longo da vida da criança e alguns podem até desaparecer com a idade. O Quociente de Inteligência (Q.I.) de crianças autistas, em aproximadamente 60% dos casos, mostram resultados abaixo dos 50, 20% entre 50 e 70 e apenas 20% tem inteligência maior do que 70 pontos, quando a média de uma criança normal é em torno de 100. Abaixo de 70, o resultado já é considerado deficiente.

A psicanálise desconsidera este tipo de teste, tendo em vista que eles são padronizados e só são aplicáveis a crianças padrão. “Aplicar um teste de Q.I. em um autista é um absurdo”, indigna-se Silvana. Para ela, o autista preserva o seu potencial cognitivo, tanto que mesmo sem conseguir comunicar-se pelos padrões sociais, um autista pode, em segundos, montar um quebra-cabeça que uma criança dita normal levaria horas para conseguir. “A única coisa que não está funcionando no autista é a sua comunicação com o mundo, o que não quer dizer que ele não tenha conteúdo”, diz.

Em muitos casos, os autistas apresentam uma grande capacidade intelectual, especialmente nas ciências exatas. Algumas crianças de apenas dois anos, com diagnóstico confirmado de autismo, aprendem a ler, não obstante a comunicação, de uma forma geral seja bastante restrita. A maioria dos autistas, por exemplo, não fala até os quatro anos, assim como não chega a escrever. No entanto, em casos mais leves, quando com acesso a computadores ou máquinas de escrever, a escrita consegue se desenvolver.

Diagnóstico

Para o diagnóstico do autismo, verificam-se os sintomas pela anamnese (entrevista onde são colhidos dados do paciente) ou através de exames que demonstrem as disfunções físicas do cérebro comuns aos portadores da síndrome.

Entre os sintomas mais comuns, de acordo com o Dr. E. Chirstian Gauderer, autor do livro “Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento”, temos os distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas, as reações anormais às sensações, em especial em relação à visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.

A fala e a linguagem no autista estão ausentes ou consideravelmente atrasadas, com uso de palavras sem associação com significado. Certas áreas específicas do pensar estão presentes ou não. O ritmo da fala é imaturo e a compreensão das idéias é restrita. O autista não se relaciona normalmente com objetos, eventos e pessoas.

De acordo com a OMS, os critérios aceitos para o diagnóstico de autismo são, em primeiro lugar, lesão marcante na interação social e comunicação recíproca da criança, padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, além de terem sido notadas anormalidades de desenvolvimento nos primeiros três anos de vida.

Boa parte dos autistas apresenta séria ausência de coordenação motora fina, o que pode ser compensado, ao longo dos anos. Em geral, os estudantes autistas desenvolvem soluções de escrita diferentes das ensinadas nas escolas tradicionais. Em contrapartida, a coordenação motora ampla costuma ser muito superior à média, o que faz de muitos autistas bons atletas.

Um sintoma característico dos autistas é a repetição exaustiva de uma situação. De acordo com especialistas, os autistas de alto desempenho elaboram o mundo desta forma, encontrando assim um jeito de se comunicar com este mundo."



Independente se a origem do problema do autista é neurológica, genética, traumatica, psicológica,psicanalítica, precisamos estabelecer um meio de comunicação com o tal, creio que o PECS é excelente alternativa.

PECS - Sistema de Comunicação por Figuras (Picture Exchange Communication System)

REGRAS BÁSICAS


As crianças que usam PECS, são treinadas a aproximar-se e dar uma imagem/ foto de um objecto desejado, ao seu interlocutor, para obter tal objecto. Ao realizar isto, a criança inicia um acto comunicativo para obter um resultado concreto num contexto social.

1. Disponibilizar ou criar um Sistema de Símbolos:
• Desenhos a preto e branco (cerca 5.2 cm)

• Desenhos a cores (cerca de 5.2cm)
• Fotos Comerciais
• Fotografias Pessoais

• Álbum Porta-imagens/fotos


2. As imagens/ fotos devem estar facilmente disponíveis durante a intervenção:
• Utilizar um avental de carpinteiro com imagens/ fotos;
• Ter uma caixa de imagens/ fotos bem organizada;
• Utilizar Velcro de forma generalizada (colar/ fixar uniformemente nas imagens e na superfície suporte);
• Ter um lugar do quarto ou da casa onde as imagens e/ou quadros estejam disponíveis para a criança.
Ao longo da intervenção, a criança JAMAIS deverá escutar as palavras "NÃO" ou "Não tenho nada disso".


Estabelecimento de Reforços
O que é altamente desejado pela criança? (Entrevistar a família, amigos...)

Valorização do Reforço
Diz-se que um objecto é preferido, se a criança de uma forma segura o alcança rapidamente (cerca de 5 segundos) ou se este é seleccionado pela criança em 3 ocasiões distintas.


Problemáticas Iniciais
Incapacidade motora que iniba a criança a alcançar as coisas activamente?
Não limitar as opções nesta etapa.


FASE 1: O INTERCÂMBIO FÍSICO


Objectivo:
• Quando vir um objecto altamente preferido, a criança tomará a imagem do objecto, aproximar-se-á do terapeuta e deixará a imagem/ foto na mão do terapeuta;

• Ao realizar isto, a criança inicia um acto comunicativo para obter um resultado concreto dentro de um contexto social.


Pontos-Chave
Não existência de incentivos (estimulações) verbais
Responder sempre como se a criança tivesse falado

Organizar oportunidades ao longo do dia para que a criança possa solicitar (pedir)

Procedimento:



A. Intercâmbio Completamente Assistido
• A criança deverá alcançar o objecto desejado e o terapeuta, fisicamente ajudar a apanhar a Imagem/ foto.
• Uma vez que esta apenas toque no terapeuta, a criança deverá ser imediatamente recompensada!!!!!

• O terapeuta responde, "Ah! Queres a bola/biscoito, etc...?"
• Não serão utilizadas estimulações directas nesta etapa, por exemplo: "O que queres?" "O que foi?", "Dá-me a imagem/ foto".
• A mão aberta do terapeuta é a pista para a criança.


B. Reforço Gradual
• Iniciar evitando o elogio verbal, para em seguida elogiar a criança quando entregar a imagem/ foto.
• Depois de entregar a imagem/ foto, a criança é imediatamente reforçada;
• Repetir até que deixe a fotografia na mão do terapeuta, sem incentivo, de 8 a 10 sucessos.


C. Reduzindo a pista da "mão aberta"
• Esperar, progressivamente mais tempo antes de mostrar a mão aberta.



Problemáticas Iniciais
• Algumas irão irritar-se, portanto garanta que o terapeuta esteja com o objecto desejado na sua mão livre (não a mão usada para receber a imagem/ foto).
• O terapeuta deverá estar em frente à criança para manter contacto ocular.
• Reforçar de imediato (EXTREMAMENTE IMPORTANTE).

• Enquanto isso, fazer o intercâmbio apropriado, girando a fotografia diante da criança quando lhe falar para manter a atenção e aumentar o reconhecimento desta imagem/ foto.


FASE 2: DESENVOLVER A ESPONTANEIDADE

Objectivos:

• A criança irá ao quadro de comunicação, apanhará uma imagem/ foto, irá a um adulto e a deixará na sua mão.

Pontos-Chave
Novamente, nenhuma estimulação verbal.

Treinar com um grupo de imagens/ fotos, uma de cada vez.
Trabalhar com vários pessoas (alternando).

Fazer provas de treino estruturado, criando pelo menos 30 oportunidades para pedidos espontâneos (Terapia Fala, Terapia Ocupacional, Descanso, Lanche, etc.)

Procedimento:



• Uma imagem/ foto de um objecto altamente preferido é fixada com velcro num quadro de comunicação. Criança e terapeuta estão sentados tal e qual estavam na fase 1.


A. Permitir à criança uma brincadeira de 10 a 15 segundos com o objecto desejado ou que coma parte da bolacha. Pegar no objecto e mostrar o quadro de comunicação com a sua imagem/ foto. Se for solicitada, ajudá-lo fisicamente a pegar na fotografia do quadro de comunicação.
B. Aumentar a distância entre a criança e o terapeuta. A criança inicia o intercâmbio ao agarrar a imagem/ foto e escolhe um adulto.
C. Gradualmente o adulto aumenta a distância. Conforme o êxito da criança (4 a 5 sucessos), em seguida os aumentos das distância devem ser maiores. Atenção as fotografias estão ainda perto da criança.
D. Aumentar a distância entre a criança e a fotografia. Nós queremos que esta vá à imagem/ foto e em seguida ao adulto.




FASE 3: DISCRIMINAÇÃO DE IMAGENS/ FOTOS


Objectivo:
A criança solicitará os objectos desejados indo ao quadro de comunicação e seleccionando a imagem/ foto apropriada e voltando ao interlocutor para a dar.


Pontos Chave
Nenhuma estimulação verbal - Continuar com as actividades organizadas de forma estruturada, durante pelo menos 20 oportunidades aleatórias. Variar a posição das imagens/ fotos no quadro de comunicação até que a discriminação seja alcançada.


Procedimentos:
A criança e o terapeuta estão sentados numa mesa, e contacto visual directo. Ter disponível várias imagens /fotos de objectos desejados ou contextualmente apropriados, fotografias de objectos irrelevantes ou não preferidos e os objectos correspondentes.


A. Iniciar com um objecto altamente desejável e um não preferido. (Exemplo: Fotografia de um brinquedo sensorial versus fotografia de uma meia)
• Reforçar com o objecto que a criança escolha. Elogiar verbalmente se esta escolher o objecto desejado e não demonstrar qualquer reacção se escolher o objecto não desejado. Continuar até que 8 a 10 sucessos sejam alcançados apropriadamente.
B. Acrescentar imagens/ fotos e manipular o valor do reforço das "não preferidas", para que a criança aprenda a fazer escolhas entre fotografias que são igualmente desejadas.

* Nesta etapa o terapeuta começar a reduzir o tamanho da imagem/ foto

Problemáticas Iniciais
• Enquanto ensina a discriminação de imagens, assegure-se de trocar a localização das imagens no quadro de aprendizagem para que não habitue a agarrar uma imagem /fotografia num lugar específico.

• Assegurar-se de que o quadro de imagens tenha a imagem/ foto de um objecto "não desejado" em algum lugar entre as demais imagens. Se escolher uma imagem e em seguida reagir negativamente ao objecto, você saberá que não está a discriminar adequadamente.
• Se a criança cometer um erro na sua escolha, não responda com um "NÃO" de maneira alguma. Em vez disto, diga o que lhe disse, "Queres a meia ?". Em seguida dizer, "Se quiseres um filme, precisas pedir".



FASE 4: ESTRUTURA DA ORAÇÃO

Objectivo:

A criança solicita objectos presentes e não presentes usando uma frase de várias palavras observando o livro. Agarra uma fotografia/símbolo de "Eu quero" e coloca-a numa tira de frases (tira de velcro). Depois, agarra uma imagem do que deseja, coloca-a na tira de frase, e entrega ao seu interlocutor.

Procedimento:
O que deverá estar disponível: Quadro de comunicação, tira de frases, "Eu quero", imagens e objectos/actividades de reforço.

A. Fotografia da frase "Eu quero"
A fotografia "Eu quero" é fixada no canto superior esquerdo do quadro de comunicação. Quando a criança desejar um objecto/actividade, oriente-a a colocar a imagem de "Eu quero", coloque-a do lado esquerdo da tira de frase, coloque a imagem do objecto desejado junto a ela na tira de frase. A criança então aproxima-se de seu interlocutor e entrega-lhe a tira de frase (velcro). Com o passar do tempo, elimine todas as pistas.
*** Considera-se atingido o objectivo desta etapa com 80% de êxito, com pelo menos 3 pessoas e sem ajuda.

B. Movendo a imagem "Eu quero"
Mova a imagem "Eu quero" para o canto superior direito do quadro de comunicação. Quando a criança quiser um objecto/actividade oriente-o a tomar a imagem "Eu quero", situando-a à esquerda da tira de frases e situe a imagem do objecto desejado próximo dela na tira de frases. A criança, em seguida, aproxima-se de seu interlocutor e entrega-lhe a tira. Com o passar do tempo, vá retirando as pistas.
*** Se considerar que alcançou os objectivos desta etapa com pelo menos 80% de êxito com pelo menos 3 interlocutores sem ajuda.

C. Referências que não estão a vista
Criar oportunidades para que a criança solicite objectos/oportunidades que não estão à vista.


FASE 5: RESPONDER AO " QUE QUERES?"

Objectivo:
A criança poderá de maneira espontânea solicitar uma variedade de objectos e pode responder a pergunta "O que queres?"

Procedimento:
Tenha disponível quadro de comunicação com imagem "Eu quero", a tira de velcro (tira de frase) e imagens/ fotos de objectos. Tenha vários objectos de reforço disponíveis, mas inacessíveis (ocultos).

A. Atraso de ZERO segundos:
Com um objecto desejado presente, e a frase "Eu quero" no quadro de comunicação, o terapeuta simultaneamente aponta a frase "Eu quero" e pergunta, "O que queres?", a criança deve pegar na imagem de "Eu quero" e completar o intercâmbio.

B. Aumentar o intervalo de atraso:
Começar aumentando o tempo entre perguntar "O que queres?" e sinalizar a frase de "Eu quero".

C. Não dar à criança nenhuma pista de sinalizar:
Uma vez que conseguiu dominar consistentemente a ordem "O que queres?", então, de forma sistemática, misture para criar oportunidades de pedidos e respostas espontâneas.


FASE 6: RESPOSTA E COMENTÁRIO ESPONTÂNEO


Objectivo:
A criança responde apropriadamente a "O que queres?", "O que estás a ver?", "O que tens?" e a outras perguntas semelhantes quando estas são feitas de maneira aleatória.


Procedimento:
Tenha disponível o quadro de comunicação com as imagens de "Eu quero", "Eu vejo", e a de "Eu tenho". Também tenha disponível várias imagens de objectos menos preferidos dos que a criança já tenha aprendido a imagem.


A - "O que vês?
B - "O que vês?" versus "O que queres?"
C - "Ver", versus "Querer" versus "Ter".


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.(Redirecionado de Autista)
Ir para: navegação, pesquisa Autismo
Aviso médico
Classificação e recursos externos

"A fita feita de peças de quebra-cabeça, representando o mistério e a complexidade dessa patologia, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao autismo.
CID-10 F84
CID-9 299.00
OMIM 209850
DiseasesDB 1142
MedlinePlus 001526
MeSH D001321

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), do inglês pervasive developmental disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a tradução correta de "pervasive" é "abrangente" ou "global", e não "penetrante" ou "invasivo". Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.[1]

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.[2]

Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola. [Dica]: Caso conheça outros pais de adultos com autismo, pergunte sobre os serviços disponíveis.

O autismo afeta, em média, uma em cada 110 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o CDC (sigla em inglês para Centro de Controlo e Prevenção de Doenças), do governo daquele país, com números de 2006, divulgados em dezembro de 2009.[3] -- no Brasil, porém, ainda não há estatísticas a respeito do TEA[4]. Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.[5][6] O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica[7]. No Brasil, foi realizado o primeio estudo de epidemiologia de autismo da América Latina[8][9], publicado em fevereiro de 2011—com dados de 2010 --, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto com amostragem na cidade paulista de Atibaia[10], aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos[8][9]. Outros estudos estão em andamento no Brasil.

Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.

A ciência, pela primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)[11], foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista científica Cell.[12][13]" Fonte: Wikpédia

Histórico


Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista Nervous Child, vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam .

A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes.

O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger.

Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira". Nos anos 1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por metais pesados, como o mercúrio e o Chumbo, têm sido apontada como forte candidatos, assim como problemas na gestação. Outros problemas, como uso de drogas na gravidez ou infecções nesse período, também devem ser considerados.

Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno orgânico. Apesar disso, intervenções intensivas e precoces são capazes de melhorar os sintomas.

Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial do Autismo.[14] Em 2008 houve a primeira comemoração da data pela ONU.[15]

Em novembro de 2010, a ciência, falou pela primeira vez em cura do autismo, com a publicação na revista científica Cell[12][13] da descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)[11].


Definição


Interesses restritos e repetitivos, como empilhar objetos, são comuns em crianças com autismo. Caso eles sejam focalizados para uma atividade útil socialmente podem ajudar no desenvolvimento de habilidades excepcionais.[16]O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.

Definição da ASA (1978)
O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar a doença.

Segundo a ASA - Autism Society of American (em português: Associação Americana de Autismo), os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem[17]:

1.Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas.
2.Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.
3.Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado.
4.Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.
Definição do DSM-IV-TR (2002)
O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

Definição da CID-10 (2000)
Autismo infantil: Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por:

a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos;
b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade(auto-agressividade).
[editar] Características do autismo
Existem muitos graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança for identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será seu desenvolvimento.Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:

1.Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
2.Riso inapropriado
3.Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos
4.Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor
5.Preferência pela solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura outras crianças
6.Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos
7.Inapropriada fixação em objetos
8.Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade
9.Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado
10.Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
11.Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
12.Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares)
13.Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
14.Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo
15.Age como se estivesse surdo - não responde pelo nome
16.Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)
17.Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente
18.Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos
19.Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva
20.Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro
Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém muitos dos sintomas está presente entre os 12 e os 24 meses da criança. Eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. Vale salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da infância ou neuropediatra.[18]

[editar] DiagnósticoOs sistemas diagnósticos (DSM-IV e CID-10) têm baseado seus critérios em problemas apresentados em três áreas, com início antes dos três anos de idade, que são:

a) comprometimento na interação social;
b) comprometimento na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo;
c) comportamento e interesses restritos e repetitivos.

É relevante salientar que essas informações devem ser utilizadas apenas como referência. Além de destacar a importância do diagnóstico precoce "porque quanto mais cedo é identificado um transtorno, mais rápido o curso normal do desenvolvimento pode ser retomado. Porém os resultados dependem não somente da identificação dos atrasos e da indicação dos tratamentos adequados e eficazes, mas da aceitação dessa condição diferenciada pelas famílias e pelo futuro de cada um, que não dominamos nem sabemos", como explica o psiquiatra da infância e adolescência Walter Camargos Jr.[19]

Recomenda-se caracterizar a queixa da família: sinais, sintomas, comportamento, nível de desenvolvimento cognitivo e escolar do indivíduo - quando for o caso, relacionamento inter-pessoal, investigar os antecedentes gineco-obstétricos, história médica pregressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas, analisar os critérios do DSM-IV-TR ou da CID-10, realizar avaliações complementares (investigações bioquímicas, genéticas, neurológicas, psicológicas, pedagógicas, fonoaudiológicas, fisioterápicas), pensar a respeito do diagnóstico diferencial, investigar a presença de comorbidades, classificar o transtorno, planejar e efetivar o tratamento.

Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos; seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação.

Um diagnóstico preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo.

O autismo pode ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas, razão pela qual é extremamente importante a identificação de comorbidades bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas, entre outras.

Condições que podem estar associadas ao Autismo: Acessos de raiva, Agitação, Agressividade, Auto-agressão, auto-lesão (bater a cabeça, morder os dedos, as mãos ou os pulsos),Ausência de medo em resposta a perigos reais Catatonia, Complicações pré, peri e pós-natais, Comportamentos autodestrutivos, Déficits de atenção, Déficits auditivos, Déficits na percepção e controle motor, Déficits visuais, Epilepsia , Esquizofrenia, Hidrocefalia, Hiperatividade, Impulsividade, Irritabilidade, Macrocefalia, Microcefalia, Mutismo seletivo, Paralisia cerebral, Rspostas alteradas a estímulos sensoriais (alto limiar doloroso, hipersensibilidade aos sons ou ao toque, reações exageradas à luz ou a odores, fascinação com certos estímulos), Retardo mental, Temor excessivo em resposta a objetos inofensivos, Transtornos de alimentação (limitação a comer poucos alimentos), Transtornos de ansiedade, Transtornos de linguagem, Transtorno de movimento estereotipado, Transtornos de tique, Transtornos do humor/afetivos (risadinhas ou choro imotivados, uma aparente ausência de reação emocional), Transtornos do sono (despertares noturnos com balanço do corpo).

Síndromes Cromossômicas ou Genéticas: Acidose láctica, Albinismo oculocutâneo, Amaurose de Leber, Desordem marfan-like, Distrofia muscular de Duchenne, Esclerose Tuberosa, Fenilcetonúria, Galactosemia ,Hipomelanose de Ito, Histidinemia, Neurofibromatose tipo I, Seqüência de Moebius, Síndrome de Angelman ,Síndrome de Bourneville , Síndrome da Cornélia de Lange ,Síndrome de Down, Síndrome fetal alcóolica, Síndrome de Goldenhar, Síndrome de Hurler, Síndrome de Joubert, Síndrome de Laurence-Moon-Biedl , Síndrome de Landau-Kleffner, Síndrome de Noonan, Síndrome de Prader-Willi, Síndrome da Talidomida, Síndrome de Tourette, Síndrome de Sotos, Síndrome do X-frágil,Síndrome de Williams

Infecções associadas ao Autismo: Caxumba,Citomegalovírus,Herpes,Pneumonia,Rubéola, Sarampo, Sífilis,Toxoplasmose e Varicela

O diagnóstico do transtorno autista é clínico e não poderá, portanto, ser feito puramente com base em testes e ou escalas de avaliação.

Avaliações de ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são importantes para uma avaliação global do indivíduo.

Recomenda-se utilizar um instrumento de avaliação adicional para identificar a presença de Retardo Mental (RM). Na maioria dos casos de autismo (70% a 85%), existe um diagnóstico associado de RM que pode variar de leve a profundo.

A incidência de epilepsia nos indivíduos com autismo varia de 11% a 42%.

Convulsões podem desenvolver-se, particularmente, na adolescência.

[editar] ExamesO diagnóstico do autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.

Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros.

[editar] Dia Mundial do AutismoEm 2011, no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, todo 2 de abril, conforme decretado pela ONU em dezembro de 2007[20], a revista tornou-se a página oficial do evento[21] no país, reunindo informação de ações de entidades e de pequenos grupos de pessoas em todo o Brasil, em prol da divulgação de informações sobre autismo na luta por mais direitos e menos preconceito[22]. As ações brasileiras para a data conseguiram inclusive iluminar grandes monumentos de azul (cor símbolo do autismo), como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro[23], a Ponte Estaiada em São Paulo[24], os prédios do Senado Federal e do Ministério da Saúde em Brasília[25], o Teatro Amazonas em Manaus[26], entre muitos outros.

[editar] RelatoO médico José Salomão Schwartzman, referência no Brasil em Neurologia da Infância e Adolescência, relata um caso interessante de autismo:
"Na década de 1970, recebi um paciente, R., com cinco anos de idade, encaminhado por uma amiga psicóloga. Era uma criança estranha, que tinha sido considerada, até pouco tempo antes, como portadora de deficiência mental. Muito embora tivesse apresentado desenvolvimento motor normal, a sua fala e seu comportamento se mostravam muito alterados. Sua mãe relatava que ele havia ficado totalmente mudo até os 3, 4 anos de idade, quando, de um dia para outro, havia começado a ler manchetes dos jornais. Embora pudesse falar a partir de então, somente o fazia quando queria e quase nunca com a finalidade de se comunicar com os outros. Era isolado e parecia bastar-se, ignorando as pessoas que viviam à sua volta. Por outro lado, era muito inquieto e agitado, estando continuamente em movimento. Uma das poucas atividades que o deixavam mais tranquilo era ficar parado em uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo observando os ônibus que passavam. Após uma hora de observação, demonstrava estar satisfeito. Chegando em casa, desenhava todos os ônibus que havia observado, com as cores e as placas corretas. Reencontrei R. recentemente. É um adulto estranho; não gosta de fixar o olhar no interlocutor; fala de um modo bastante formal. Ao entrar no meu consultório, após todos esses anos, perguntou-me sobre o meu primeiro consultório e demonstrou lembrar-se de inúmeros detalhes de consultas ocorridas há cerca de 30 anos. Contou-me que, quando criança, haviam dito que ele era autista, imagine! Estava muito bem e ganhava o seu dinheiro fazendo ilustrações para cadernos pedagógicos de algumas escolas. Na ocasião, o caso me pareceu singular na medida em que aquela criança, tida como deficiente mental, era seguramente diferente em vários aspectos de outras crianças com deficiência mental. A equipe que atendia R. achou que a melhor hipótese diagnóstica era a de Autismo, condição muito pouco conhecida e de diagnóstico muito difícil àquela época. O quadro, assim diagnosticado, passou a ser da alçada de psiquiatras e psicólogos. Para mim, então, tratava-se de uma patologia que não envolvia problemas relacionados a funções do sistema nervoso. Os tempos mudaram, e hoje sabemos que o Autismo é uma condição de bases biológicas e bem mais freqüente do que se acreditava. Há, na verdade, quem cite números muito maiores, o que decorre não somente de um maior conhecimento a respeito do assunto e, portanto, de uma identificação mais freqüente, mas também de um conceito que tem se expandido nos últimos anos, permitindo que quadros que anteriormente não receberiam este diagnóstico possam ser assim rotulados."[27]

[editar] Tratamentos do Autismo Advertência: A Wikipédia não é consultório médico nem farmácia.
Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde.
As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento.


Existem diversas abordagens de tratamentos para o autismo, mas é um consenso entre elas que é importante a participação da família no tratamento independente da abordagem.[28]
Criança autista aprendendo a reconhecer animais. A terapia com animais é uma forma de levar a criança autista a reconhecer que outros seres vivos tem suas próprias reações e requerem compreensão, atenção e afeto.[29]


Mães das crianças com autismo apresentam estresse e depressão significativamente mais elevados, além de intimidade marital menor do que as mães de crianças com desenvolvimento típico.[28][30]
A equoterapia ajuda na percepção do outro e no desenvolvimento de jogo social, mímica, postura corporal e gestos para iniciar e modular a interação com outro ser vivo.[31].O tratamento do autismo vai depender da gravidade do déficit social, de linguagem e comportamental que o indivíduo se encontra. Existem diversas abordagens, algumas muito melhor embasadas cientificamente que outras. Pais insatisfeitos com os resultados

Em crianças pequenas, a prioridade do tratamento normalmente é o desenvolvimento da fala, da interação social/linguagem, [[educação especial]] e suporte familiar. Já com adolescentes, o tratamento é voltado para o desenvolvimento de habilidades sociais necessários para uma boa adaptação, desenvolvimento de habilidades profissionais (terapia ocupacional) e terapia para desenvolvimento de uma sexualidade saudável. Com adultos, o foco está no desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma boa convivência social e manutenção das habilidades aprendidas.[28]

De um modo geral o tratamento tem 4 objetivos[28]:

1.Estimular o desenvolvimento social e comunicativo;
2.Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
3.Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do cotidiano; e
4.Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.


Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal, porém sua agressividade, dificuldade de pedir ajuda e dificuldade em obedecer regras podem ser perigosos. Algumas formas de autismo grave exigem acompanhamento pelo resto da vida para evitar situações de risco.

O autismo é um transtorno nunca desaparece completamente, porém com os cuidados adequados o indivíduo se torna cada vez mais adaptado socialmente. Intervenções apropriadas iniciadas precocemente podem fazer com que alguns indivíduos melhorem de tal forma que os traços autísticos ficam imperceptíveis para aqueles que não conheceram a trajetória desenvolvimental desses indivíduos. O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento.[28]

Um tratamento adequado deve levar em consideração as comorbidades (ou seja, outros transtornos associados a cada caso) para a realização de atendimento apropriado em função das características particulares do indivíduo. Exemplos de comorbidades incluem Transtorno obsessivo-compulsivo e problemas de aprendizagem.

A terapêutica pressupõe uma equipe multi e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria e psiquiatria) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia, pedagogia e terapia ocupacional), profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.

O sucesso do tratamento depende não só do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos, como também dos estímulos feitos pelos cuidadores no ambiente familiar. Quanto mais os cuidadores souberem sobre o tratamento do autismo, melhor para o desenvolvimento global da criança. Dentre os fatores mais importantes para o prognóstico do funcionamento social geral e desempenho escolar destacam-se o nível cognitivo da criança, o grau de desenvolvimento na linguagem e o desenvolvimento de habilidades adaptativas, como as de auto-cuidado.[32]

A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança.

Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.

O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém novas características poderão surgir com a evolução do indivíduo. É aconselhável avaliações sistemáticas e periódicas.

Analise do Comportamento Aplicada (ABA)


Um dos tratamentos mais populares, eficazes e sem prejuízos é o ABA. ABA é uma sigla que significa, Analysis of behavior applied, que em português significa, Análise do Comportamento Aplicada. Análise do Comportamento Aplicada é uma área de pesquisa de novas tecnologias embasadas na psicologia comportamental, sendo uma delas o tratamento do autismo. Essa eficácia levou a uma legislação que obriga os serviços de saúde americanos, que utilizam terapias baseadas em evidências, a disponibilizarem esse tratamento.[33]

Dentre as técnicas da terapia analítico-comportamental utilizadas incluem: Procedimentos de treino incidental, análises de tarefas, encadeamento, tentativas instrucionais embutidas em atividades e treino de tentativas discretas.[34] Mais informações sobre o ABA

Picture Exchange Communication System (PECS)

Um recurso popular para ajudar no desenvolvimento da linguagem é o PECS (Picture Exchange Communication System), um sistema baseado em figuras com figuras que refletem as necessidades e/ou o interesse individuais. Este sistema facilita tanto a comunicação quanto a compreensão, quando se estabelece a associação entre a atividade/símbolos.[35] Mais informações sobre o PECS


Método TEACCHO


método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children) é um técnica muito popular no mundo que combina diferentes estímulos visuais e auditivos com o objetivo de aperfeiçoar a linguagem, melhorar o aprendizado e reduzir comportamentos inapropriados. Áreas, objetos, palavras, recipientes de cores diferentes e a fala do terapeuta são utilizados para instruir as crianças sobre suas atividades diárias de forma a emparelhar o símbolo com o respectivo objeto, local ou atividade no mundo real. O desenvolvimento da criança é avaliado regularmente pelo PEP-R (Psychoeducational Profile-Revised) para verificar os resultados da abordagem.Mais informações sobre Teacch

Farmacoterapia

A farmacoterapia continua sendo componente importante em um programa de tratamento, porém nem todos indivíduos necessitarão utilizar medicamento. Medicamentos que atuam na dopamina e na serotonina podem ajudar a reduzir alguns sintomas como redução de estereotipias, retraimento social e comportamento agressivo ou auto-agressivo.[36]mais informações sobre medicamentos para autismo

Escola normal X Educação especial


Existem casos em que crianças com autismo em escola normal tiveram melhor desenvolvimento de habilidades sociais do que as crianças em escolas especiais, porém isso não ocorre na maioria dos casos. É importante que cada caso seja tratado individualmente, focando nas necessidades e potencialidades da criança. Existem inúmeras vantagens de se levar a criança com autismo a conviver com aquelas sem comprometimento e de estimular que ela aprenda com as outras por meio da imitação, mas também não esquecer o risco de que ela seja vítima de bullying dos colegas. Já na escola especial é provável que ela tenha uma atenção especial de profissionais melhor treinado e conheçam outras crianças com problemas semelhantes. Cabe aos pais decidirem qual a melhor opção para seu filho.[28]

Questões Polêmicas


Em 1999, o médico Andrew Wakefield publicou o artigo MMR vaccination and autism, estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo[37]. Diversos estudos médicos foram conduzidos desde então a fim de se comprovar ou não essa relação, sendo que não houve evidências nesses novos estudos acerca dessa hipótese. Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico (em inglês, General Medical Council) considerou que o dr. Wakefield agiu de maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo e cassou seu registro profissional no Reino Unido em maio de 2010[38]. Ainda de acordo com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má reputação à profissão médica depois que ele coletou amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de seu filho pagando-lhes £5. Considera-se também que o sarampo tenha ressurgido no Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus filhos: as taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se comuns[39]. Boatos disseminados na internet acusam a influente indústria farmacêutica de fazer lobby para "abafar" essa informação. Atualmente, Wakefield prosegue com suas pesquisas nos EUA. Dez anos após a publicação do artigo o periódico publicou uma completa retratação [40] após as declarações do Conselho Médico Geral britânico. Nos últimos dez anos uma dezena de pesquisas realizadas na tentativa de encontrar uma correlação entre a vacina tríplice e autismo não acharam nenhuma evidência que comprovasse os dados preliminares do artigo de Wakefield.[41]. Várias famílias foram influenciadas pela polêmica criada pela mídia logo após a publicação do artigo de Wakefield e hoje, no Reino Unido e nos Estados Unidos, doenças consideradas extintas devido a aplicação de vacinas regulares voltaram a matar crianças em famílias que resolveram não vacinar seus filhos[42].

 
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